6 de jul. de 2010

saudade, morena

"Saudade" é uma palavra inútil. "Saudade" é uma palavra que me veio à cabeça 8 vezes hoje.
Beijei a criança esta tarde e tive saudade. Assisti a um filme esta tarde e senti saudade. Digo: depois do beijo e depois do filme eu simplesmente (e isso não é simples) me deparei pensando: "ai que saudade".
O absurdo desta frase é que ela não se complementou, nem como frase nem como ideia. Não houve (acho que não há) objeto. Saudade de quê?
Eu sinto esse tipo de saudade de alguma coisa que eu não sei o que é. E, se bem perscruto dentro de mim, vejo que eu nunca nem conheci esse isso de que pareço sentir saudade. Saudade de uma parte de mim que me falta? (ah, a falta... essa lacuna é tudo...). Saudade de Deus? Saudade do tempo em que eu, átomo que era, integrava o cosmos, a natureza? Saudade de um bem que me virá um dia? Saudade. Saudade sim.

2 comentários:

  1. por isso que pus "saudade do meu quilombo". eu queria tirar esse nome, até mudei pra "vários um" por um tempo, porque sei lá, um troço com nome de saudade, qual é. Mas a ideia era essa, um contraste, porque quilombo é uma coisa que a gente constrói, meu quilombo tá no futuro, é tipo saudades do que ainda não existe.

    desculpa aí. é a vontade de conversar com você.

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  2. uau... eu não sou a única a sentir saudade no futuro!!! Gosto muito do título do seu blog (ainda mais agora com a elucidação do contraste), tb quero construir meu quilombo. é muito doido esse tanto que a gente se entende através de nossos textos. fico feliz por este tipo de entendimento que os seus textos produzem em mim, a tal voz interior que se forma quando leio o seu blog. tenho inclusive que atualizar a leitura dos seus sonhos... (fico cheia de "assunto" com eles). beijos.

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Well... vejamos... eu poderia dizer que...
Fiquem à vontade!