29 de mar. de 2010

sonho do quarto armário

Num quarto num lugar afastado roça ou periferia, uma cama e um lençol levemente mais curto que a cama. Branco: a cor do lençol. O lençol talvez não fosse curto, mas como nos movimentamos muito em sexo partes de beirada do colchão apareciam. Também sujeiras (porque o lençol era branco) , farelos de comida, roupas no chão, embalagens de biscoito. Isso mostrava que era um lugar onde se estava provisoriamente: não havia lençol para trocar, nem guarda roupas para as roupas jogadas, e se comia biscoito, que é comida provisória.
Sair era um risco, porque seríamos - eu e ele - apedrejados. E se não houvesse pedra, haveria ofensas. E se não houvesse ofensas, haveria olhares.
Mas eu não podia ficar para sempre naquele armário. Saímos para ir embora e, antes, passamos na padaria e compramos mais biscoito, de embalagens à la nestlé, porque ainda seguiríamos para mais lugares provisórios, quartos de lençol branco.

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