9 de dez. de 2009

desejo

deitar o rosto na relva macia
seu peito
sentir brilhar os olhos fechados
absorver tudo o que é quente morno tépido
não sobrar no fim do mundo
encontrar
bastar

não necessitar de nada mais do que uma companhia
a sua (imagine!)
abandonar a imaginação a seu terreno de imaginação
não corresponder com fantasma

sentir vibrar o pulso na energia de um lance de dados
vibrar qualquer coisa na garganta que seja música
entoar a melodia com os dedos
dos pés

deixar que você observe o esplendor que há em mim
enquanto contemplo o vivo em seu diafragma

estourar tímpano e pulmões com a gargalhada mais brilhante
assobiar livre todo o ar que houver em mim
não necessitar de oxigênio para viver
delirar com gás carbônico

estar pronta para a vida
(ou talvez prontidão)
mesmo surpresa
dar conta desse peso
equilíbrio
sobre os dois pés - os instrumentos que tenho
tocam o chão

desejo tocar o chão enquanto vôo
elevo-me
leveza

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