- nós estamos passando por um caminho. veja o caminho. há algumas flores, destas que nascem fácil. flor também nasce fácil, não se preocupe, sempre haverá nem que seja uma flor alaranjadinha nesse mundo.
- vamos de mão dada, mas, antes, eu te olho nos olhos e digo que só poderia mesmo seguir se você me desse a mão.
- eu te dou as mãos e firmo o pé. olho nos olhos para saber quem é você por de dentro.
- e eu te mostro o sangue, para não haver dúvidas da minha vontade de não esconder nada.
- mas há algo de hesitação sua em me mostrar o sangue. e o medo. nós dois sabemos da impossiblidade de ver além, afinal é só sangue, e mesmo vermelho, como deve ser. pretendo falar: "também tenho medo", você ouviria?
- já ouvi seu medo. fiz ele menor quando daquele beijo - não o da boca, escandaloso, mas o que foi dado em escápulas, com escrúpulos, você sentiu qual calor nesse momento?
- sim, a temperatura. presto muita atenção. sua mão é fria. e sua boca é quente.
- eu queria que você soubesse que além do sangue vermelho, igual ao dos meus semelhantes, há uma maravilha que eu posso oferecer.
- não comece frases com "eu queria", você não é ingênua. daí a maravilha.
- você me conhece bem? não. não é possível. logo... não conversamos, algumas partes deste diálogo são só imaginação, coisa etérea. estou suplementando seus monossílabos, porque sou capaz de idealização.
- mas eu existo.
- não nego.
- e então?
- o que sei de ti?
- me diga você.
- só sei do corpo e superfície. mas teve aquele jeito... aquele jeito que você deu com os olhos.
- como foi?
- você tentou mesmo, de verdade, um mergulho em mim.
- é verdade. me espantei com quem você parece ser, me pareceu bom.
- por isso me espantei. também. é como eu me sinto desde que eu te vi. preciso muito entrar.
- você sabe o caminho?
- pensei que estávamos nele, vejo as flores que nascem fácil. devo me preocupar?
- não, as flores nascem mesmo fácil.
- vamos de mão dada, mas, antes, eu te olho nos olhos e digo que só poderia mesmo seguir se você me desse a mão.
- eu te dou as mãos e firmo o pé. olho nos olhos para saber quem é você por de dentro.
- e eu te mostro o sangue, para não haver dúvidas da minha vontade de não esconder nada.
- mas há algo de hesitação sua em me mostrar o sangue. e o medo. nós dois sabemos da impossiblidade de ver além, afinal é só sangue, e mesmo vermelho, como deve ser. pretendo falar: "também tenho medo", você ouviria?
- já ouvi seu medo. fiz ele menor quando daquele beijo - não o da boca, escandaloso, mas o que foi dado em escápulas, com escrúpulos, você sentiu qual calor nesse momento?
- sim, a temperatura. presto muita atenção. sua mão é fria. e sua boca é quente.
- eu queria que você soubesse que além do sangue vermelho, igual ao dos meus semelhantes, há uma maravilha que eu posso oferecer.
- não comece frases com "eu queria", você não é ingênua. daí a maravilha.
- você me conhece bem? não. não é possível. logo... não conversamos, algumas partes deste diálogo são só imaginação, coisa etérea. estou suplementando seus monossílabos, porque sou capaz de idealização.
- mas eu existo.
- não nego.
- e então?
- o que sei de ti?
- me diga você.
- só sei do corpo e superfície. mas teve aquele jeito... aquele jeito que você deu com os olhos.
- como foi?
- você tentou mesmo, de verdade, um mergulho em mim.
- é verdade. me espantei com quem você parece ser, me pareceu bom.
- por isso me espantei. também. é como eu me sinto desde que eu te vi. preciso muito entrar.
- você sabe o caminho?
- pensei que estávamos nele, vejo as flores que nascem fácil. devo me preocupar?
- não, as flores nascem mesmo fácil.
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