23 de out. de 2009

O balde era marrom

Hoje, agora, há poucos minutos atrás, aconteceu coisa imensa: toda a tolice que eu carregava em mim se despejou em cima de meus próprios cabelos, deixando-me como naquelas cenas de novela em que a moça (pobre moça) leva um balde de tinta de um colega malvado. E ela, desolada, vai chorar escondida, toda verde ou amarela (nunca entendi por que elas não choram no chuveiro, tão mais prático)... Aí, vem sempre um moço bom. Ah, os moços bons... e seus lenços e caronas em cadilaque.
Pois é, hoje, agora, há poucos minutos atrás, caiu um balde de tolice e molhou os meus cabelos e omoplatas. E não houve moço que secasse minhas lágrimas, mas isto não tem problema pois já estou acostumada à hipocrisia de minha auto-suficiência e posso muito bem fingir que não preciso chorar. (Psst: os travesseiros continuam molhados).
O fato é que a tolice que habitava o meu ser se despreendeu com força e levou de mim um pouco de mim.

E eu soube que:

Número 1: não, os ímpetos de amizade não são universais. (Há alguns minutos atrás, eu achava que todas as pessoas do mundo seriam, em breve, amigas e compartilhariam comigo algumas flores de maio. Além de minha recompensa especial por sempre ter acreditado nisto).

Número 2: não, não se fabrica amor deste tamanho.

Número 3: a minha existência não vai salvar o mundo, só porque eu tenho ótimas idéias (cerca de 83 por dia).

Número 4: não há comunicações perfeitas e tudo isto pode mesmo dar em equívoco.

Número 5: não há a opção "foda-se". A merda sempre volta se não for bem saneada.

Daí que eu me senti bem limpinha. Depois da baldada de tolice na cabeça. Agora, sinto-me de alma lavada. Porque é mesmo bom ficar livre das ilusões.

Vixe, esqueci-me de um item:

Número 6: sim, ainda há muita ilusão presa no bueiro.

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