24 de nov. de 2010

diário de vida real

Finalmente plantei as filhotes da Bromélia em um lugar mais apropriado. Já não havia muito o que fazerem na casa da mãe. Incentivei essa saída com palavras e água de chuva porque eu sei que não é fácil sair da casa da mãe. Coitadas, estavam tão fechadinhas, circunscritinhas, que mal se podia ver seu interior. Sei que agora elas vão se abrir mais, ganhar novas camadas de vigor. É assim a vida adulta, deve ser. E, como disse o Vinícius, "quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém". Amor, bromelitas, amor para vocês!
Quebrei mais uma taça de vinho e amei mais uma vez as coisas tão lindas de vidro que eu tenho, todas tão prontinhas para quebrar. As taças tão frágeis de cristal, empilhadas na cristaleira da minha avó! São caríssimas, finas, reluzentes e horríveis - porque nunca foram usadas, (provavelmente nunca irão quebrar). As minhas taças não, todas quebram: sejam translúcidas, lisas, desenhadas ou coloridas, todas quebram. E, antes de se quebrarem, sustentam-se elegantes em hastes altas e finas, numa pose poderosa de quem não supõe uma queda - sempre iminente (pois eu tenho gatos). Ou talvez elas suponham sim, mas não temam. As minhas coisas de vidro, os meus gatos se encarregam de quebrar para mim. Mas hoje não, fui eu mesma quem quebrei uma taça.
E acabou.

Um comentário:

  1. "Quebrei mais uma taça de vinho e amei mais uma vez as coisas tão lindas de vidro que eu tenho"

    Como não sou intimo, então vou lhe chamar de Rita. Enfim... Adorei esta parte que destaquei, me identifiquei muito...

    Um abraço equatorial!

    E parabens!

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Well... vejamos... eu poderia dizer que...
Fiquem à vontade!