14 de ago. de 2011

Tudo certo

Quando você me chegou meu bem me disse que estava tudo certo e eu achei tudo certo seus olhos seu cheiro e seu corpo pertenciam às proporções que ocupavam.
Certo você não disse nada. Mas estava dito para mim e para você porque eu não sou louca eu soube e eu poderia também dizer não à hora que fosse preciso mas não era o caso de não.
Era o caso de sim porque tudo estava nas suas proporções certas. Daí que eu não posso saber qual seria outra atitude da minha parte que não fosse o aturdimento quando você me entregou sem saber que entregava (certo você simplesmente esqueceu na mesa da sala) as pequenas molduras que eu havia te dado de presente.
As molduras que eu te entreguei vazias para que você preenchesse como quisesse.
Veja, é certo, não poderia haver presente maior neste mundo uma namorada que dá de presente o vazio emoldurado. Eu te dei espaço. Não é disso que os homens costumam dizer que precisam: “preciso de espaço!”? Espaço.
Você abandonou no espaço vazio de minha casa aquilo que eu te dei para ocupar. E veja que ainda não estamos falando de meu coração.
(Claro o vazio é grande para pretensões humanas de ocupação e domínio, mas um recorte do vazio... talvez disso dêssemos conta).

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