Você me veio como um soldado e disse "Vou partir". Você era o meu amado e faltava um beijo, eu tomei a decisão de que lhe daria lábio no momento exato em que me beijasse rosto. Fiz isso e o tempo assuspendeu-se. Tentei mexer a língua para experimentar o quão paralisada estava naquele tempo que parou, sua boca assim como seu corpo de soldado pequeno estava dura como se estivesse morto - mas era só o tempo que parou. Minha língua mexia por dentro dela mesma, encostada inerte a sua. Só por dentro havia movimento, consciência. Por fora, ficamos mortos de línguas grudadas. Você me disse com uma coragem baixinha: "Sua amiga fez a mesma coisa". Me dei conta de que não estávamos sozinhos, uma amiga gordinha e de cabelos modernos sentada a meu lado conservava a boca em forma redonda de beijo paralisado. Abracei a amiga, por respeito a seu gesto - como o meu. E pensei profundo: "Então não sou única em sua vida, soldado?" Uma certeza me dominava, você havia parado o tempo para não aprofundar em beijo. Uma dúvida atormentava, teria sido eu?
Mas você já estava de saída e ficamos, as mulheres, unidas contra você, olhando de longe.
Nossa vingança foi pensar: "É um soldado fraco, talvez morra na guerra."
Mas você já estava de saída e ficamos, as mulheres, unidas contra você, olhando de longe.
Nossa vingança foi pensar: "É um soldado fraco, talvez morra na guerra."
Putz!
ResponderExcluir(Vamos fazer um lugar só pra gente escrever sonhos?)
Claro. Como, onde e quando?
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