9 de abr. de 2009

Amantes invisíveis - Carta INÉDITA

Transcrevo abaixo mais uma carta da senhorita rita. Ela acabou de escrever e pediu que eu a colocasse aqui. Ela não entende de computadores (a verdade é que a informática não combina com suas unhas de esmalte fresquíssimo, sabor melancia).
Rodrigo, digo, Diguinho.
Sinto tanta falta de seu rosto anguloso... É impressionante como você fica bonito no ângulo do beijo - confesso, eu abri os olhos. E depois tive que abrir de novo, para reparar bem sua pele, o vermelho dos lábios e os cílios, tudo bem de perto. Tão bom.
Enquanto isso, a sua mão...
Ai, que eu estremeço. Sua mão. Sua mão é... bonita demais. E é limpa, dá até gosto.
A sua mão tocou os meus ombros com a força suave de um homem que gosta de pele. Ai que mão bonita, meu Deus. Eu poderia ficar olhando para ela por três horas e depois combiná-la, mais uma vez, com a maçã de meu rosto, em perfeito encaixe.
Tão bom. Eu queria isso.
Sei tão pouco de ti, não é mesmo? Só posso dizer que elas, as mãos, desenharam sobre a superfície de minha pele algo muito agradável (tanto que eu te mandei um arrepio, em agradecimento, lembra?). E foi só.
Viu como eu sei me comportar? Nem te convidei para uma xícara de café...
Bem... Vamos ao que interessa.
Esse prêambulo é para dizer que você tem belezas, mas o que eu queria mesmo era acabar com a sua raça. Sim. Você ouviu direito.
E aqui começa a verdadeira carta.
Eu sei que você está enganando aquela moça, e isso eu não posso suportar. Um homem com suas mãos não devia fazer algo assim... é sujeira. Deixe esse tipo de atitude para os das mãos sebentas. Você não.
Naquela tarde tropical, quando te vi com Ana, pude palpar o tanto que ela gosta de você. E, mesmo assim, você andava me beijando pelas vésperas... Você não tem vergonha? As mulheres têm muito medo de assustar os homens com suas poeticidades e se calam, depois sofrem, também caladas, quando escutam "Ó, você confundiu as coisas". Pois eu te digo: não há confusão nenhuma... Ou não há beijos, carinhos, gentilezas, intimidade crescente?
Resolva isso, por favor. Só assim eu poderei voltar a te amar: namore a Ana e mostre que você tem decência. Poderemos nos casar quando este seu relacionamento acabar, enquanto isso vou me divertindo por aí. Sou paciente.
Confio em sua nobreza de caráter. Minha intuição não pode estar errada.
E boa sorte, meu amor!!!

Um comentário:

  1. Tenho que dizer que adorei esse local aqui.
    Está favoritada em meu blog.
    Voltarei mais vezes.

    :)

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Well... vejamos... eu poderia dizer que...
Fiquem à vontade!