Maximiliano.
É verdade que não posso esconder sua identidade nesse maximiliano. E olha que tentei alcançar o mínimo. É-me difícil achar entrelinhas, pelo menos assim, no meio de seu público. Logo eu que gosto tanto de sutilezas... Peço desculpas pelo que for grosseiro demais, mas sei que achará tudo uma delicadeza só.
De você, só conheço a superfície, pois você já se acostumou à pele dos papéis fotográficos.
Te conheci no cinema, numa quinta já sexta, madrugada em que não havia mais filmes, e logo obtive de ti um olhar, muitos olhares, enquanto te via no meio de vozes - mais sussuros - de elogios. Você se apresentou a mim, e eu continuei sem conhecê-lo. Esbarrei meu corpo no seu, porque havia multidão e porque eu usava meias vermelhas, o que me garantia uma certa ousadia, embora emprestada.
Você pegou na minha mão, eu retive a sua, e foi tudo muito efêmero. Aí acabou meu estoque de ousadia (tenho gastado-a muito por aí, um desperdício).
Desde então eu desejei muito que o efêmero durasse ao menos dois dias, mas efêmero que se preze ignora os bilhões de anos de vida das estrelas.
Penso profundo no meu punho ali... os pulos de minha dança... as pulseiras... as pinturas... seu punho... nossos pulsos... por quantos segundos bate um coração em uma noite? É tudo mesmo muito volátil.
O seu toque... haveria outras texturas? Quais são as profundidades possíveis?
Bão... encurtando a prosa...
Ofereço uma brevidade - tradicional quitude mineiro. É isso.
E peço às montanhas do meu horizonte que não barrem a minha correspondência contigo, que pertence a outros mares, recifes, corais.
Um beijo, tão pulsante quanto você suportar.
De você, só conheço a superfície, pois você já se acostumou à pele dos papéis fotográficos.
Te conheci no cinema, numa quinta já sexta, madrugada em que não havia mais filmes, e logo obtive de ti um olhar, muitos olhares, enquanto te via no meio de vozes - mais sussuros - de elogios. Você se apresentou a mim, e eu continuei sem conhecê-lo. Esbarrei meu corpo no seu, porque havia multidão e porque eu usava meias vermelhas, o que me garantia uma certa ousadia, embora emprestada.
Você pegou na minha mão, eu retive a sua, e foi tudo muito efêmero. Aí acabou meu estoque de ousadia (tenho gastado-a muito por aí, um desperdício).
Desde então eu desejei muito que o efêmero durasse ao menos dois dias, mas efêmero que se preze ignora os bilhões de anos de vida das estrelas.
Penso profundo no meu punho ali... os pulos de minha dança... as pulseiras... as pinturas... seu punho... nossos pulsos... por quantos segundos bate um coração em uma noite? É tudo mesmo muito volátil.
O seu toque... haveria outras texturas? Quais são as profundidades possíveis?
Bão... encurtando a prosa...
Ofereço uma brevidade - tradicional quitude mineiro. É isso.
E peço às montanhas do meu horizonte que não barrem a minha correspondência contigo, que pertence a outros mares, recifes, corais.
Um beijo, tão pulsante quanto você suportar.