11 de jun. de 2009

Eu também sempre me pergunto...

Por que choram tanto as nuvens
e cada vez são mais alegres?

As lágrimas que não se choram
esperam em pequenos lagos?

Quem gritou de alegria
ao nascer a cor azul?

Contaram o ouro que tem
o território do milho?

De que ri a melancia
quando a estão assassinando?

Como repartem o sol
na laranjeira as laranjas?

O 4 é 4 para todos?
São iguais todos os setes?

A quem posso perguntar
o que fazer neste mundo?

Ou não será a vida um peixe
preparado para ser pássaro?

Se as moscas fabricam mel
ofenderão as abelhas?

Onde vão as coisas dos sonhos?
Vão para os sonhos dos outros?

Pablo Neruda. Livro das perguntas (fragmentos).

2 comentários:

  1. Quem nunca para se perguntar, quem nunca tentou tirar dúvidas infinitas de certas coisas, sempre partimos na direção de algo para solucionar uma dúvida, mas no final acabamos não solucionando nada e perguntando a nós mesmos "por que?".

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  2. Por que teimamos em achar
    que somos dignos de alguma resposta?

    Por que não nos conformamos
    com o limite de nossa inteligência
    perante tudo o que é o universo?

    ou será que somos universo?

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Well... vejamos... eu poderia dizer que...
Fiquem à vontade!